20.2.11

A Mediadora- caixa de pérolas (cap.15)

POV Jesse

Odiava deixar a Suzannah sozinha em um dia importante, momento de decidir nosso futuro. Eu havia a pedido em casamento e estava-mos a caminho da faculdade, mas aonde iamos morar e como iamos nos sustentar eu não fazia idéia. Agora eu tinha de resolver o caso do Jesse, a família que eu descobri e estava com raiva de mim. Provavelmente ele queria me ver para disser que eu era louco e não gostaria mais da minha presença em sua casa e tal. Justamente agora, queria tanto todos eles no meu casamento, a linda família que Jesse e Isabel construíram e eu fui incluído de repente seria expulso.
Já estava chegando ao hospital, estacionei o carro e entrei o mais rápido possível tentando aliviar a tensão.
-Por favor, o quarto de Jesse Gonçalve.- perguntei a recepcionista.
-Sim, o senhor é parente?
-Sou seu sobrinho neto, Jesse de Silva.
-Oh, sim senhor, aqui seu crachá, quarto 304.
Subi o elevador apreensivo e cheguei a uma sala de espera onde pareciam estar reunidos todos os filhos e netos de Jesse. A filha mais velha, Joana, veio em minha direção. Todos os seus irmãos pareciam estar furiosos e se controlando para não me atacar.
-Venha Jesse, meu pai quer te ver.- em e guiou até o quarto 304 onde meu sobrinho estava.
-Joana eu juro que não queria fazer mal a ele.
-Eu sei querido, meus irmãos são meio estressados, relaxa, ele está bem melhor sabia? Disse que pensou sobre o que vocês conversaram e precisava falar com você.
Entrei no quarto e encarei o meu querido Jesse todo ligado a diversas máquinas, como eu queria já estar formado para poder trata-lo.
-Ola meu querido, por favor venha até aqui.- ele disse assim que me viu parado na porta, pelo seu sorriso fiquei um tanto aliviado.
-Ola Jesse, como se sente? - me aproximei de sua cama sentando em uma cadeira ao lado.
- Estou bem e lhe devendo desculpas, não devia ter ficado tão nervoso e com medo, Isabel não ficaria e sabe? Você disse a verdade, eu acredito em você.
-O que aconteceu para você acreditar em mim?
-Eu quase morri não foi? Nessa experiência eu vi um lugar lindo. Na verdade não só vi como estive lá. Era um jardim lindo, tão puro e brilhante, havia paz lá e Isabel estava lá. Ela confirmou sua história, disse que era tudo verdade. E isso tudo foi durante a operação. De repente eu acordei e estava aqui nesse quarto e tudo parecia um sonho, mas eu sabia que foi real. Eu estive lá de verdade.
"Eu precisava falar com você, meu tio o meu tio perdido, oh! Jesse, eu que te devo desculpas."
-Não se preocupe, esta tudo bem.
- E eu preciso te dar uma coisa, Isabel me disse que você vai se casar com a Suzannah, é verdade?
-É, é sim.
-Então eu tenho algo pra te dar, algo que a minha mãe, sua irmãzinha guardou por muitos anos e eu também depois dela. Está vendo aquele pano ali, naquela mesa? Pegue a caixa que está em baixo dele.

Fui até a mesa que ele apontou, em baixou da janela, e retirei o pano, em baixo dele havia a caixa mais linda que eu já vi, não era uma caixa qualquer, parecia vinda de um navio pirata, pelo menos os dos filmes que eu vi com Suzannah. Ela era como um mini baú de madeira entalhada. Madeira dura, de lei, tipo as dos móveis que haviam em meu tempo. Era brilhante e em sua frente haviam vários desenhos pintados. Havia um seria, e um mar revolto e uma grande concha. E por toda a parte: no pescoço da seria, na concha e jogado ao mar haviam pérolas de verdade. Elas eram pequenas e grandes e tão brilhantes que pareciam ter saido das ostras naquele momento. Fiquei olhando aquela caixa por mais tempo do que devia, e assim que percebi a levei até Jesse. Ele pacientemente esperava eu sair de meu transe momentâneo.
-Desculpa fiquei admirando, esta caixa é linda.
- É verdade, é um tesouro de família, apesar de não ser de ouro. Você não se lembra dela?
Assim que ele falou eu me dei conta de que realmente conhecia essa caixa, era uma lembrança antiga, meio turva, de quando eu era vivo, bom de antes do "período fantasma".
-Ela, esta caixa, ela era da minha mãe.-eu respondi a sua pergunta gaguejando
-Sim, ela era de sua mãe, e como tradição ai de presente para o único filho homem, no caso você. Abra, ela é sua.
Eu abri a caixa e assim como um pirata encontrei verdadeiros tesouros.
Havia uma fotografia muito antiga de toda a minha família sentada na porta de casa, eu, meus pais e minhas irmãs. Havia um cinto de couro enrolado, era o cinto de meu pai, ele mesmo havia feito talhando diversas coisas como a nossa fazenda, bois, laços de fita e um menininho. Era tudo que ele mais amava. Também havia um cordão de couro com um pingente de uma pedra verde esmeralda linda e grande. E em uma pequena caixinha havia um anel, eu não tinha aberto mas já sabia que ele estava ali. Quando peguei a caixinha e abri tive a certeza, um lindo anel de ouro, delicado, com uma pela pérola encrostada. Era o anel de noivado de minha mãe, e aquela que um dia ela havia me dado para eu entregar a Maria, ou qual fosse a minha futura esposa.
-Você acha que Suzannah irá gostar dele? -Jesse me observava enquanto eu olhava todos os componentes da caixa.
-Ele adorará.- eu disse com lágrimas nos olhos.
Ele se esticou pedindo para que eu levasse a caixa para mais perto dele, eu levei e de lá ele pegou um dos papeis soltos lá dentro.
-E já que você vai se casar, acho que gostará disso.- e me entregou os papeis.
Eram títulos vitalícios em meu nome, devia ter milhões ali. Também havia a posse de terras, parte das antigas terras do meu pai que foram vendidas e viraram uma cidade, mas que pelos títulos eu tinha direito a uma parte do valor. Eu não podia acreditar, com aquele dinheiro eu poderia pagar um apartamento para mim e Suzannah e nos sustentar até o fim da faculdade ou até mais. Era garantia para toda a nossa vida.
-Jesse, você guardou isso esse tempo todo? -eu perguntei emocionado
-Claro, não me pertencia, além disso nos nunca deixamos de acreditar que encontraria-mos você ou um herdeiro seu e veja, encontrei os dois teoricamente. Se tudo que me disse, de que é neto de Jesse, você puder comprovar, bom eu sei que não é mas ninguém vai acreditar que um menino de 23 anos na verdade tem 173. Na verdade eu acredito mesmo assim, se puder como disse, tudo isso é seu, como de direito.

 Eu não sabia o que dizer, finalmente tudo estava resolvido, eu poderia casar com a mulher pela qual esperei 150 anos e estudar o que sempre sonhei. Parecia que era um sonho. Nesse momento Isabel apareceu e disse eu meu ouvido "Você merece querido." Chegou perto de Jesse, deu-lhe um beijo na testa e falou "Estarei te esperando meu amor, viva o quanto precisar mais." antes de partir atravez de uma luz que parecia vir do teto e sumiu junto com ela.
Eu contei pra Jesse da partida de Isabel e o que ela disse, segurei sua mãe e ficamos assim, conversando por um longo tempo, eu lembrava histórias de minhas irmãs e ele me contou tudo o que aconteceu depois de minha partida

2 comentários:

  1. Bom primeiramente parabens... vc tem uma criatividade...
    Estou adorando a continuacao, e sempre tao dificil terminar um livro auhauhauah
    Quando chega na ultima pagina e fica aquela vontade d saber o que vai acontecer...

    Esperando o proximo capitulo!!!

    =***

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  2. Oie, amei a fic.
    Li em 1h e 30m, tudinho.
    Qnd vc vai continuar?
    E parabéns!!!
    Sua obra tá ficando maaaaaaara

    ")

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