11.11.11

Semana Infernal - parte 2. dia 12

MERRY MEET




Blood Mary

Em 1978, o especialista em folclores, Janet Langlois, publicou nos Estados Unidos uma lenda que até hoje aterroriza os jovens do mundo inteiro, principalmente da América. Trata-se de Bloody Mary, conhecida também como A Bruxa do Espelho, um espírito vingativo que surge quando uma jovem, envolta em seu cobertor, sussurra, à meia-noite, iluminado por velas. Diante do espelho do banheiro, 13 vezes as palavras Bloody Mary. Segundo a lenda, o espírito de uma mulher cadavérica surge refletido no espelho e mata de forma sangrenta e violenta as pessoas que estão no banheiro. Há quem diga que Mary foi executada há cem anos atrás por praticar as artes negras, mas há também uma história mais recente envolvendo uma bela e extremamente vaidosa garota que, após um terrível acidente de carro, teve seu rosto completamente desfigurado. Sofrendo muito preconceito, principalmente de seus amigos e familiares, ela decidiu vender a alma ao diabo pela chance de se vingar dos jovens que cultivam a aparência. Muitos confundem a lenda da bruxa do espelho com a história da Rainha Maria Tudor (Greenwich 1516 - Londres 1558), filha de Henrique VIII e de Catarina de Aragão. Tendo se tornada rainha em 1553, esforçou-se para restabelecer o catolicismo na Inglaterra. Suas perseguições contra os protestantes valeram-lhe o cognome "Maria, a Sanguinária" (Bloody Mary). Em 1554, desposou Filipe II da Espanha. Essa união, que indignou a opinião pública inglesa, ocasionou uma guerra desastrosa com a França, que levou à perda de Calais (1558). Dizem que a Rainha, para manter a beleza, tomava banho com sangue de jovens garotas, mas é um fato não confirmado em sua biografia. No princípio da década de 70, muitos jovens tentaram realizar o ritual, pois era comum nas casas suburbanas a presença de longos espelhos nos banheiros sem janelas (pouca iluminação). Há um caso famoso de uma jovem nova-iorquina que dizia não acreditar na lenda, mas após realizar a "mórbida brincadeira", levou um tombo (é o que os familiares dizem), quebrou a bacia e foi encontrada em estado de coma. A jovem ainda vive nos EUA, mas sua identidade é um sigilo absoluto. Por que ainda hoje as crianças racionais continuam a chamar pela Bloody Mary, arriscando a vida diante de uma possível tragédia? O escritor Gail de Vos traz uma explicação: "As crianças com idade entre 9 e 12 anos vivem numa fase que os psicólogos chamam de síndrome de Robinson. Este é o período em que as crianças precisam satisfazer seus desejos por aventura, arriscando-se em rituais, jogos e em brincadeiras no escuro. Eles estão constantemente procurando um modo seguro de extrair prazer e desafiar seus medos”. È possível que essas crenças em bruxas do espelho tenham a sua origem nos velhos tempos, através das simpatias envolvendo jovens solteiras e futuros maridos. Há muitas variações desses rituais em que as jovens solteiras cantavam rimas diante dos espelhos e olhavam de súbito, pois seria possível ver o semblante do homem com quem vão casar. Já o conceito de espelhos como o portal entre o mundo da realidade e o sobrenatural também veio de épocas remotas. Antigamente, era comum cobrir os espelhos de uma casa em que uma morte tenha acontecido até o corpo ser levado para o enterro. Dizem que se por relance o corpo passar diante de algum espelho, o morto permaneceria na casa, pois o espelho pegaria o espírito dele. Filmes: Na produção de 1992 chamada Candyman, um espírito vingativo surge após seu nome ser chamado 5 vezes diante de um espelho. Já no filme Lenda Urbana, dois jovens brincam diante de um espelho e chamam pela Bloody Mary, mas ela não aparece.

PS: sempre achei que eram 3x pra chamar ela.


__________


Athena, peço desculpas, pulei a ordem da sua fic sem querer.

Doces ou Travessuras

(Athena Bastos)

Até aquele instante não tinha percebido como o outono estava gelado. O vento fazia com que as folhas secas nos quintais das casas voassem para a rua, atrapalhando um pouco da minha visão. Eu não sentia o frio que ele trazia consigo, mas via os jovens tremendo. Tinha saudades dessa sensação.
Um garoto sardento de cabelos ruivos passou por mim, sem nem se importar com o que deixava para trás. Era um absurdo tamanho desrespeito comigo. Nem se dera ao trabalho de olhar para as folhas que se aglomeravam em um redemoinho no mesmo local em que eu me encontrava. Eu faria algo a seu respeito, se não estivesse tão ocupada procurando o que chamara. Precisava me concentrar na música, a música emanada do meu lindo colar. Fechei os olhos e respirei fundo. Ignorei o tinido do vendo e o grito das crianças. Pude, então, sentir a sua presença. Ele estava se aproximando.
Vindo em minha direção, estava um jovem de cabelos castanhos. Ele segurava meu colar em frente ao seu rosto, analisando-o com curiosidade. Quando chegou ao amontoado de folhas secas que me circundava, ele fez a coisa mais estranha possível: contornou-me. Senti-me feliz por isso. Há alguns minutos todas as pessoas da cidade literalmente passavam por mim, como se eu não existisse. Ele, entretanto, me viu, e foi capaz de estranhar minhas roupas. Afinal, não era comum se ver uma menina branca como a neve, de olhos e cabelos muitos escuros, vestida como na idade média.
Eu o segui, por instinto. Quem quer que ele fosse, estava em posse do meu colar, o único objeto que poderia me trazer de volta.
- Como você me viu? – Perguntei diretamente.
- Hm... Não é difícil notar meninas de fantasia no meio da cidade. – Ele falou um pouco assustado comigo. Sempre intimidei os meninos.
- Não vamos bancar o idiota. Você está com o meu colar. Deixe-me pensar. Eu fiz um feitiço de transferência. Então ele guardava minha essência. Por um acaso você o retirou de uma caixinha?
- Isso está um pouco estranho. Eu tenho que ir para a escola. Você, hm... Você vai para lá também?
- Não tenho tempo para isso. Você pode me devolvê-lo?
- O que? O colar? Isso é da minha família há gerações. Não posso dá-lo para você.
- Está inscrito Birgit em um dos lados do pentágono. Pode conferir.
- Como você sabe?
- Da mesma forma que eu sei que ninguém mais está me vendo e que você parece um louco falando sozinho.
Ele olhou ao redor, confirmando o que havia dito.
- Eles estão estranhando sua roupa.
- Óliver, é esse o seu nome, não? A única forma de eu ser vista por todos é recuperando meus poderes com esse colar. Você, ao abrir a caixa, me despertou. Mas a minha essência ainda está parcialmente presa a ele. Digamos que essa era a única forma de que me manter viva em plena idade média. Enquanto você estiver com ele, provavelmente será o único que poderá me ver.
- Isto é alguma brincadeira?
- Ah, humanos comuns patéticos.
E eu tentei arrancar o colar de sua mão. Contudo, não obtive sucesso. Tinha somente dezesseis anos quando fiz o feitiço e nunca fui muito forte. Ele, pelo contrário, tinha de força o que não tinha de crença em mim.
Caímos no concreto da calçada, chamando a atenção das pessoas ao nosso redor. Eu não tinha o que temer ou do que me envergonhar; Óliver era o único que podia me ver. Ele, por outro lado...
Quando nossa pele se encostou senti um choque passar por meu corpo. Era como se nossas vidas estivessem entrelaçadas mais do que o necessário. Eu soube que tínhamos outros assuntos pendentes além do colar. Seus olhos cinza me olharam faiscando de raiva. Mas eu só consegui perceber a beleza deles e a forma com que me atraiam.
Levantamo-nos e ajeitamos nossas roupas, antes de eu perguntar:
- Doces ou Travessuras?
Ele me olhou, ainda descrente de todo o meu discurso e surpreso com a pergunta inesperada e aparentemente inocente. Quando fui pegar o colar, apostando na sua resposta, ele desviou a mão. Se ele queria travessuras, era isso que ele teria.


MERRY PART

6 comentários:

  1. Jurava que falava o nome Bloody Mary trÊs vezes tb rs.

    Parabéns pela fic Athena, ficou muito legal e bem interessante. Muito original, parabéns o/

    ResponderExcluir
  2. Adorei! Quero mais! :D

    A fic é original ou baseada em algum livro?

    ResponderExcluir
  3. Gostei muito da fic. A autora tem muita criatividade. Parabéns :D

    ResponderExcluir
  4. Eh que fic boa <333 Até ja vi esses temas em vários livros :)

    ResponderExcluir