8.1.12

Maratona de Natal

Como tenho estado meio relapsa, 2 fics hoje. Ambas de Nat Seyfried.

Comentem.


I'm a Betrayer


Esse era meu primeiro Natal em Chance Harbor. Mamãe nunca falava muito sobre onde minha avó morava. Ela sempre desviava o assunto quando eu perguntava. E agora sei o motivo de tudo. Só queria me proteger. Me proteger de um destino que era impossível de escapar. Sentia muita falta dela naquele momento.
— Querida, está tudo bem? — perguntou vovó.
— Está — sorri para ela, piscando os olhos para que ela não visse que eu estava chorando. Nós montávamos a árvore de Natal na sala de estar.
— Você sabe que não precisa fingir para mim, Cassie — ela depositou um enfeite de maçã em cima da mesa e me abraçou. — Terei que trabalhar hoje à noite no hospital. Não quero que fique sozinha.
— Convidei Diana para assistir alguns filmes aqui hoje — garanti.
— Ótimo. Diana é uma menina tão boa. Sempre teve as melhores notas, bonita... Acho que o primo da Melissa tem um grande carinho para com ela.
— Verdade — concordei, lembrando-me da química entre os dois quando dançaram juntos na semana anterior. — Fico feliz pelos dois.
O único problema era a química entre Adam e minha melhor amiga. Eu me mudara apenas há um mês e meio e destruí o romance que eles compartilhavam por anos. A culpa de algo como isso que nunca quis fazer sempre pairava sobre mim quando penso em Diana, e como ela recorreu a mim quando terminaram. Ela não tinha mais para onde ir. E eu me sentia horrível por não conseguir controlar o que eu sentia.
***
Quando anoiteceu, depois que minha avó já saíra, Diana me telefonou avisando que não poderia ir. Eu entendia. Quem estaria disponível na véspera de Natal? Não sabia o que fazer. Só sabia que aquele seria o pior Natal de todos.
Entrei em meu quarto e acendi a luminária que ficava na mesinha de cabeceira. Peguei o romance que me entretinha quando não tinha nada para fazer. Ignorava na maior parte do tempo o Livro das Sombras que pertencia à minha família. Nunca quis ser parte daquilo. Não queria ser uma bruxa. Queria uma vida normal. A vida que levava com mamãe bem longe de tudo isso. Longe de uma realidade da qual eu não queria fazer parte.
A janela retratava uma paisagem escura e impenetrável. Os flocos de neve se acumulavam no parapeito e brilhavam com a luz da luminária.
Foi quando ouvi o baque da porta da cozinha.
Não estava sozinha.
Desliguei a luminária da parede e tranquei a porta do quarto. Arrastei a cômoda para bloquear a passagem e fechei a cortina da janela. Estaquei escondida nas sombras, esperando por algum ruído no andar de baixo. Não escutava nada além da minha respiração entrecortada.
Perfeito, quem trocaria uma ceia de Natal com a família para ficar desprotegida e dividir a casa com um estranho possivelmente mal intencionado? Ninguém.
— Cassie — a voz era abafada pelos objetos que bloqueavam a entrada, mas conhecida. — Sei que está aí. Abra. É o Adam.
Estreitei os olhos. Era tudo que eu precisava. Por que ele não poderia ligar como uma pessoa normal e entrar pela porta da frente?
Empurrei a cômoda de volta para o seu lugar. Inspirei pesadamente com o esforço. Destranquei a porta e girei a maçaneta.
Adam me fitava ofegante, apoiando a mão no batente. Ele vestia uma jaqueta marrom aveludada, calças jeans e botas de couro. As sobrancelhas me repreendiam silenciosamente, como se eu fosse uma criancinha de nove anos.
— Quem você pensou que seria? — perguntou apreensivamente.
— Com certeza não em você — dei as costas para ele e liguei o interruptor. As luzes iluminaram o quarto instantaneamente. — O que está fazendo aqui?
— Fiquei preocupado — ele coçou a cabeça e desviou o olhar, desconcertado.
— Estou bem — murmurei, sentando na cama.
— Perfeito — ele se sentou ao meu lado.
Meu coração se acelerou simultaneamente. Só a mera presença dele me fazia derreter daquele jeito, uma forma única como nunca me sentira com nenhum outro garoto. Seus olhos azuis me avaliavam, e um sorriso brotou em seus lábios. Uma de suas mãos repousava em seu colo, e com a outra ele ajeitou meus cabelos desalinhados. Fechei os olhos com seu toque. Sua mão passou dali para minha nuca, impulsionando-me para frente, para direção de seus lábios macios.
Correspondi ao seu beijo inconseqüentemente, incentivada pelo momento. Não era o que eu esperava para o Natal quando o relógio marcava meia-noite.


________



Presenteada

— O Andy disse que o lombo ficará pronto em vinte minutos — gritou mamãe da escada. Se para jantar meu padrasto fazia questão da presença de todos, imagine um jantar de Natal, com a visita de vovó que vinha de Nova Iorque, ele me estrangularia se eu não descesse no horário determinado.
Olhei para o banco da janela. As lembranças de Jesse vinham naturalmente, simplesmente estavam marcadas ali. Ele ficara naquela casa por cento e cinqüenta anos, e eu viera morar aqui apenas há um ano e meio. Sua assinatura estava lá muito antes de eu sequer aceitar me mudar para cá. Sentia falta dele sempre por perto, mas estava feliz de poder apresentá-lo à minha família, principalmente para minha avó.
Uma batida na porta do meu quarto. Levantei da cama e encontrei vovó no batente.
— Oh querida, não pretendia incomodar — ela sorriu para mim. — Trouxe um presente para você.
Só então reparei no embrulho em seus braços.
— Ah, vovó não precisava. Obrigada. — agradeci desconcertada.
— Abra — encorajou ela, me entregando o pacote.
Obedeci. Primeiro desfiz o laço e depois removi o papel enfeitado. Dentro dele havia uma caixa vermelha escura aveludada, e pude notar a pequena manivela dourada atrás que dava a corda para ela tocar.
— É linda... — sussurrei incrédula. Aquilo era muito mais do que eu merecia.
— Lembrei de você quando passei por aquele shopping perto da estação de trem que você e Gina adoravam ir. — Vovó começou a juntar os pedaços abarrotados de papel do embrulho. — Tinha uma feirinha artesanal que eles começaram a abrir aos domingos. Comprei uma azul para a sua mãe.
— Adorei — admiti, depositando a caixinha em cima da penteadeira.
— Bom, vou ajudar o Andy a arrumar à mesa. — Falou, saindo do quarto e encostando a porta. Desci atrás dela e aguardei em frente à sala de estar. Faltavam dois minutos para o horário em que tinha combinado com o Jesse. Queria ter certeza de que seria eu a recebê-lo.
A campainha tocou. Dunga desceu as escadas de dois em dois degraus em disparada, e agarrou a maçaneta na minha frente.
— Não é para você — revirei os olhos e o empurrei para longe da porta.
— Estou esperando a Penny à tarde inteira. É claro que é ela. Deixa que eu abro. — Insistiu.
— Eu disse que precisávamos de um olho-mágico. — Gargalhou David ao reparar que Dunga e eu estávamos discutindo em vez de abrir logo a porta.
— Saia daí se preza pelos seus dedos — tentei tirar seus dedos grudados da maçaneta. Ele só segurou com mais força.
Dunga destrancou a chave e encontrei Jesse esperando com um buquê de rosas vermelhas e uma expressão de espanto no rosto.
— Eu te disse que não era a Penélope — chutei sua canela e bati a porta com tudo, aproveitando o pouco tempo que tinha à sós com Jesse antes de jantarmos.
— Jesse — puxei-o pela gola de seu suéter e colei meus lábios nos seus.
— Hermosa — ele me envolveu como podia com os braços e a minha raiva por Dunga se evaporou imediatamente.
— De quem seriam essas flores? — pergunto desconfiada.
— É claro que são suas. — Ele me entregou o buquê. — Estava conversando com o Padre Dominique outro dia e lembrei de que nunca tinha comprado flores para você. Não quero ter a fama de um namorado ruim.
— Quanto à isso você não precisa se preocupar — sorri, envolvendo seu pescoço, e o beijando mais uma vez.
— Podemos entrar? Está um gelo aqui fora.
— Claro — girei a maçaneta com os dedos. A porta não abria. Tentei de novo. Estávamos trancados para fora.
— Vou matar o Dunga — comecei a chutar a porta. Não adiantava nada.
— Esse não é o espírito de Natal — caçoou Jesse.
— Você tem uma moeda? — indaguei, uma idéia faiscando em minha mente.
— Tenho sim, por quê? O que vai fazer? — ele me entrega a moeda, meio desconfiado.
Com tanta prática nessas missões de mediadora, arrombar propriedades não era um problema. Aprendi de tudo e mais um pouco ao longo dos anos. Não citarei como, porém, consegui ouvir o clique da porta destravando e entramos em casa. O sorriso de Jesse era parcialmente apreensivo. Posso jurar que vi um pouco de orgulho na curvatura de seus lábios perfeitos.

5 comentários:

  1. O blog de vocês está muito legal!! Seguindo vocês!

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  2. Adorei!

    Não sei dizer de qual gostei mais!

    A primeira é original? Se for, continua que quero mais! *--*

    Beijos.

    ~-A.C.

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  3. Não não, a primeira é de um livro chamado Secret Circle, da L.J.Smith que agora tem um seriado ;) E simplesmente adoro a Cassie e o Adam juntos *--* Super fan da série o/ Indico totalmente pra ler (: Obrigada que bom que gostou <3 Beijos xxx

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  4. Naaaaaat

    escreva mais sobre The Secret Circleeeee *_____________*

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  5. Claro que escrevo ;) Estou pensando até em fazer mais long fics porque eu comecei apenas com as semanas de fic aqui <3 E então posso até mandar ^^ Estou tão empolgada *--* Hhuhsuahsuahsuhaushaush Carol, essa foto é você com a Meg mesmo? OMG se for vc eh taum sortuda *------------*

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